A saúde e segurança do trabalhador tem se tornado uma constante preocupação dentro de seu ambiente laboral, em que fatores como hierarquia, condições ergonômicas e sobrecarga, tanto física quanto psíquica, são estresses corriqueiros. Por outro lado, estudos recentes têm indicado que a utilização de um conjunto de análise ergonômica de fatores de risco, associada à elaboração de programas que objetivem minimizar estes riscos, é capaz de diminuir o número de lesões, acidentes e de absenteísmo. A partir deste ponto, é destacada a necessidade da ciência ergonomia dentro do ambiente laboral. Este termo possui uma origem filológica que remonta a duas palavras gregas: ergo e nomos, em Português, trabalho e regras. Atualmente, é definido como o conjunto de tecnologias capaz de adaptar de maneira confortável e produtiva o Ser humano ao seu trabalho. Assim, um posto de trabalho, independente da instituição a qual esteja vinculado, possui três grandes desafios: 1. integrar informações sobre o processo, máquinas, objetivos e o trabalhador nele envolvido; 2. satisfazer as restrições ambientais; 3. possuir um design acessível a todas as partes envolvidas. Logo, o objetivo final da ergonomia é a eficiência, definida como a maior produtividade com o menor custo possível, seja ele metabólico, quando se refere ao Ser humano, ou econômico, quando se refere à própria organização.

No entanto, o conceito de otimização de produtividade no ambiente de trabalho, impõe tecnologias com características que não necessariamente são benéficas para o trabalhador. Isto causa uma diferenciação entre o que ele supostamente faz (tarefa) e o que ele realmente faz (atividade). Isto decorre, principalmente, de três fatores: 1. representação incorreta das características físicas, psicológicas, cognitivas e sociais dos trabalhadores disponíveis; 2. transformação de capacidades nominais em metas de produção; 3. falta de conhecimento dos administradores das características fisiológicas, antropométricas e psicológicas dos profissionais de seu setor.Em resposta a estas questões, a atuação do ergonomista pode ocorrer em diversos níveis, a saber: 1. Primária; 2. Secundária; 3. Terciária

Desta forma, o investimento em ergonomia, em qualquer um de seus níveis de atuação, pode ser a resposta da organização a problemas que levam às afecções de saúde, acidentes e, por consequência de ambos, ao absenteísmo. Por fim, a diminuição de custos e o aumento de satisfação e integração entre os trabalhadores causada por este tipo de intervenção em muito justifica a sua implementação.

Primária: Ergonomia em projeto
A atuação primária na ergonomia envolve o projeto de um local de trabalho que ainda não existe. É ideal para as organizações que estão desenvolvendo novas plantas e/ou passando por reforma nas já existentes.
Neste nível, o ergonomista atua como mediador entre os projetistas e os usuários, fazendo uma descrição dos subterfúgios necessários para que o futuro ambiente de trabalho seja ergonômico e eficiente.

Secundária: Ergonomia corretiva
A correção em ergonomia envolve as atividades necessárias para que o ambiente de trabalho já constituído seja o mais ergonômico o possível. A partir de uma análise ergonômica do trabalho (AET) o ergonomista definirá quais são os constrangimentos presentes e estabelecerá um plano para o seu controle e/ou eliminação, sem alterar significativamente o ambiente.
Estas atividades podem envolver o treinamento dos trabalhadores – ensinando-os sobre os recursos ergonômicos disponíveis no ambiente que podem não estar sendo bem aproveitados; a mudança da disposição de móveis e equipamentos ou a sua substituição; mudança na iluminação ou na climatização do ambiente; entre outras ações.

Terciária: Ergonomia adaptativa
Quando a organização não possui o recurso necessário, ou a alteração ergonômica é uma demanda imediata, surge a necessidade de se adaptar o ambiente de trabalho. Nesta condição, que não é a ideal, o ergonomista age na tentativa de contornar os constrangimentos existentes, valendo-se de adaptações no mobiliário e/ou equipamento disponível.